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domingo, 12 de dezembro de 2010

Linguagem demasiado polida


Leio no Correio da Manhã de 10-12-2010 (página 51): "CRIANÇA INGLESA [VÍTIMA DE BULLYING] SUCIDA-SE". Leio mais: «Bradley Wiseman, um menino britânico de 12 anos, aluno da escola de Edington, no Yorkshire, enforcou-se depois de ter sido ridicularizado e perseguido por colegas que não lhe perdoavam a linguagem "demasiado educada".»
É da natureza humana reagir à excelência com admiração pacóvia ou, em alternativa, repugnância e ódio.
A diferenta assusta a multidão (na infância, na adolescência, no mundo adulto). E é pior quando a diferença se torna uma evidência da mediocridade dos medíocres: a besta humana assusta-se e, com a força - bruta e avassaladora - do músculo e das maiorias, esmaga os bons. Esmaga os melhores. Objectivo dos agressores: que se perceba menos a porcaria que são.

Coimbra, 11 de Dezembro de 2010.
Joaquim Jorge Carvalho

1 comentário:

Anónimo disse...

... infelizmente vai sendo assim vezes demais. O comodismo que nos leva a defender a nossa posição sem questionar permite algum conforto. Quando alguém nos questiona, colocando em evidência a pequenez da nossa dimensão, o mais fácil é rejeitar liminarmente o motivo (ou pessoa)da diferença.
Creio que utilizando o cérebro com mais frequência a maioria das pessoas adoptaria atitudes e comportamentos menos simiescos.
Pensar exige esforço e provoca inquietação. Não é socialmente valorizado nem nos torna populares.
A razão é um caminho dificíl, inúmeras vezes atrubui-nos a culpa, esse fardo infame que nos humilha.
É mais fácil e mais cómodo ser irracional nem que para isso seja preciso ser apenas ANIMAL.
...e é tão fácil argumenter motivos para culpar as vitimas!!!