A chuva vai lavando o planeta. Para cá do vidro, a condição humana espera.
Uma nesga de sol espreita do céu. Gotículas de ouro sucedem nas árvores fronteiras, escorrendo das folhas. O entardecer estende vagarosamente o seu manto.
- Que horas são? – pergunta a velha.
- São horas - respondeu o velho. - Temos de ir.
- Espera um bocadinho – pediu a velha. – Deixa que a chuva passe.
- A chuva não passa – disse o velho.
- Passa sim – garantiu a velha. – Tudo passa.
Coimbra, 31 de Março de 2013.
Joaquim Jorge Carvalho
[A imagem foi colhida, com a devida vénia, em http://www.cronicadeumamorlouco.wordpress.com.]
2 comentários:
Belas palavras. Ótima semana!
Thanks, dear Friend. Have a nice weeek too.
Enviar um comentário