Bússola do Muito Mar

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Número de Ondas

terça-feira, 13 de setembro de 2016

Fim de estação



Vemos morrer a cor das folhas

E não nos preocupamos muito

Mesmo que a tristeza perpasse

A paisagem e a luz rareie.

Sabemos que a cor voltará

Às folhas

Pois nada morre para sempre

E que o mesmo sucederá com o Sol

Que voltará a brilhar como antes.

Considerada a natureza com estes olhos

Cremos que não há fim absoluto

Isto é: que o fim é provisório

E que, como tudo na nossa vida, haverá

Novos (inesgotáveis) começos.

Mas depois a minha experiência dói-me

Por dentro.

Porque eu, sabei, sinto excessivamente

A falta de tanta gente amada

Desaparecida

Em bruto eterno inverno.

 

Cabeceiras de Basto, 09 de Setembro de 2016.

Joaquim Jorge Carvalho

[A imagem foi colhida, com a devida vénia, em http://www.bestday.com.]

1 comentário:

Anónimo disse...

Li num livro de Sepúlveda, se não estou em erro, que há sempre a possibilidade de vivermos no país da memória. Que tudo é belo no país da memória. Que não há desilusão ou decepção no país da memória. Que não há percalços no país da memória. Que não há tremores e até a chuva é grata no país da memória.
Sempre que posso, vivo no país da memória, para suportar a dor, a falta das pessoas amadas.