Trouxe-te flores.
Não sei o nome delas
E não me custaram dinheiro.
Adivinhas: vim pela rua abaixo
Roubando uma aqui, outra além
Das casas ricas por que passo
Até à nossa casa.
Se viesses hoje
Sentirias o odor logo à porta
E sorririas decerto à festa colorida
Das cores e dos tons do meu ramo.
Talvez me beijasses e dissesses
Meu amor
Como outrora fazias.
Os amigos dizem que já não voltas
E eu faço de conta que concordo -
Mas depois venho para nossa casa
Roubando flores pelo caminho
E falo contigo.
Há sempre flores sobre a mesa
Iluminando de ti a solidão.
Não é bem esperança; é uma morada.
Eu resido para sempre no nosso amor.
E mesmo que não venhas
É esta para sempre a minha Casa.
Arco, 16 de fevereiro de 2016.
Joaquim Jorge Carvalho
[A imagem (que terá inspirado o título da obra de Aquilino, A Casa Grande de Romarigães) foi colhida, com a devida vénia, em http://www.bloguedodominho.blogs.sapo.pt.]
2 comentários:
"Há sempre flores sobre a mesa/Iluminando de ti a solidão."
Belos versos! Belo livro!
Duas exclamações para duas exclamações:
Muito obrigado!
&
Sem dúvida!
JJC
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