A mulher, ainda jovem, corre rua acima com o filhote pela mão. Não sei dizer para onde vai, por que razão corre assim. Mas vejo o que vejo: um corpo gracioso agitando-se, sob o movediço e leve embrulho de um vestidinho amarelo. Pernas esguias e ágeis equilibrando-se dificultosamente sobre saltos altos. Quadris saudáveis moldando-se àquele frágil têxtil tão à espera (especulo) de ser tocado.
O petiz quer um gelado. A mãe recusa, puxa-o, explica-lhe:
- Não tenho tempo, filho.
Mas tinha. Mas tem.
Ribeira de Pena, 06 de Junho de 2013.
Joaquim Jorge Carvalho
[A imagem foi colhida, com a devida vénia, em http://www.dolivrinho.blogs.sapo.pt.]
1 comentário:
Se tinha, por que não deu?
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