quinta-feira, 12 de novembro de 2015
Merceeiro local
Queria ter uma mercearia
Antiga, artesanal e a granel;
Aviar porções a olho no papel
E apontar no rol a quantia;
Ter tempo de entreter cada cliente
Saber de cada medo ou esperança;
Ser um entre pares que, no presente,
São cúmplices d'idade e vizinhança.
Queria ser merceeiro na cidade
Num bairro discreto e popular;
Ser parte da pacata sociedade.
À hora, pelas sete, de fechar
Passar no Café Realidade
E pôr-me à janela a poetar.
Cabeceiras de Basto, 11 de Novembro de 2015.
Joaquim Jorge Carvalho
[A imagem foi colhida, com a devida vénia, em http://www.pequenoscriadores.blogspot.com.]
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3 comentários:
Ainda bem que não podemos ser sempre o que queremos e, por isso, estamos,não no sítio mais importante do Mundo, mas no sítio mais importante para o Mundo!
M.
Certo, M.!
Às vezes, faz-se de conta que se vive, cumpre-se as obrigações e aguarda-se uma mudança...
Às vezes, vive-se, mas não se tem vida...
Às vezes, queremos tudo e o tudo é quase nada...
A vida é sempre um tempo de espera.
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