Bússola do Muito Mar

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Número de Ondas

domingo, 5 de abril de 2015

Coimbra eterna


Tenho algum receio quando, longe de Coimbra, falo do amor que sinto pela minha terra natal. Há sempre esse perigo antigo de confundirem a nossa sinceridade com alguma expressão de desprezo ou indiferença pelos lugares (e gentes) para onde a profissão me levou, me leva. Mas não há remédio para esta alegria inconfundível de passar por lugares que são o nosso habitat verdadeiro e certo: ruas, árvores, pessoas, casas, monumentos, cafés, pastelarias, padarias, oficinas, livrarias, fábricas, luminosidades, sons, cheiros. Por cima disto tudo, abarcando tudo como uma memória mítica, a minha querida Mãe.
Coimbra é a minha casa. Todos os dias fora deste paraíso original são intervalos entre durar e ser. Nada contra outros lugares amáveis e amáveis gentes. Mas sou daqui.
De modo que, se me virem chorar, seja onde for, tomai essa evidência líquida como pedaços de Mondego descendo do cérebro para o coração. Que eu sei bem o que digo e sinto muito o que digo.

Coimbra, 04 de Abril de 2015.
Joaquim Jorge Carvalho
[A foto é da VL, num lindo Café, contíguo ao Museu Machado de Castro, o Loggia.]

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