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Número de Ondas

sexta-feira, 3 de abril de 2015

ANIKI-BOBÓ, por Manuel António Pina


Fui finalista no Concurso Textos de Amor Manuel António Pina (edição de 2014), iniciativa patrocinada pelo Museu Nacional de Imprensa - e atribuíram-me uma menção honrosa pelo meu poeminha de seis versos "Astronomia". Via CTT, na qualidade de prémio material, chegou-me entretanto um conjunto maravilhoso de livros: Sinfonia Completa, de Manuela Azevedo (um muito interessante volume de pequenos contos, com uma poética cheia de vida & morte); Porto Cartoon - World Festival (uma delícia de palavras e imagens, com excelente humor e notável profundidade humanista); e - sobretudo - um magnífico ensaio sobre a obra de Manoel Oliveira, centrado em especial no filme Aniki-Bobó, da autoria do (in)finito Manuel António Pina.
De modo que, para além de Vargas Llosa e dos meus recorrentes Vilhenas, houve espaço para leitura bastante variada e nutritiva. Obrigado aos que me desejaram "Boa Páscoa"; os votos resultaram.
Há evidentemente esta coincidência terrível de, à hora em que acabava de ler o ensaio de Pina, ter morrido aquele realizador centenário que atravessou um século a fabricar mundos. Que estranho é o sentido de humor dos deuses!
Entre muitas pérolas que retive do texto de Manuel António Pina, ficou-me esta da noção de "clássico", que o autor foi beber (e glosar) a Italo Calvino, em Porquê ler os clássicos:
"[É a obra] que tiver tendência para relegar a actualidade  (para a categoria de ruído de fundo, mas ao mesmo tempo não puder passar sem esse ruído de fundo". 
Amen.

Coimbra, 02 de Abril de 2015.
Joaquim Jorge Carvalho
[A ilustração reproduz a capa do livro Aniki-Bobó, de Manuel António Pina, Porto, Ed. Assírio & Alvim,/Porto Editora,  2012.]


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