Bússola do Muito Mar

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Número de Ondas

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Rua Augusta forever



Eu ainda não tinha nascido e já havia mar na vizinhança do meu amor.
Depois, o mar nunca saiu verdadeiramente de ao pé de mim. É uma companhia e é uma força.
Habituei-me a vê-lo, aliás, como a extensão possível da nossa existência. Parece menos acanhada a vida se a acrescentarmos do oceano que está para lá do que somos.
Não é fácil entender o mar, convenhamos. É caprichoso, volúvel, independente como um felino grande. Tão-pouco é fácil o amor.
Queria que o meu amor olhasse também, comigo, o mar e visse: ausências e regressos chegando à costa ou dizendo adeus de longe. Ondas de saudades ou carícias de reencontro. Marés de tudo e de nada.
E queria que o meu amor escutasse ainda o que o mar nos diz, nesse murmúrio milenar com sabor a sal e a peixe: que é tudo eterno se nos esquecermos que não.
Dou ao meu amor o mar.

Ribeira de Pena, 25 de Junho de 2014.
Joaquim Jorge Carvalho
[A imagem foi colhida em http://www.cantinhodomundo.blogspot.com.]

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