Bússola do Muito Mar

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Número de Ondas

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

O riso indecente




Houve, na Idade Média, quem relacionasse o riso  com o Diabo. Excessos, ignorância, fundamentalismo enviesado, nós sabemos.
Mas talvez haja, também, a esta luz moderna e lúcida dos nossos tempos, motivos para novamente identificarmos com o velho Satã d'antanho certos esgares zigomáticos de algumas aves sem cerviz. Explico: vi hoje um excremento engravatado a rir-se despudoradamente, contentinho da silva, por ser o défice de 2013, afinal, inferior ao que a troika exigira a Portugal. Isto é, descontado o facto de muitos (como eu) terem sido espoliados dos seus salários, a coisa está a correr bem para os cínicos executivos desta merda a que chamamos Presente.
Eu, que escrupulosamente pago ao Banco, ao Senhorio, à EDP, à TMN, à PT, às Autarquias, às Finanças, aos Senhores das estradas, sou vítima de roubo violento e conspícuo - e há uns vermes sem gramática nem vergonha que se riem...
Estou oficialmente farto de vigaristas e bandidos!


Arco de Baúlhe, 24 de fevereiro de 2014.

Joaquim Jorge Carvalho
[A imagem foi colhida, com a devida vénia, em http://www.athiopia.blogspot.com.]

2 comentários:

Anónimo disse...

Já somos dois, amigo JJ.
Por falares em Idade Média e em excrementos, lembro-me que umas das sanções que constava nos documentos foraleiros era "esterco no rosto" (não me lembro a que pena se referia, mas decerto bem menor do que este roubo que temos vindo a sentir na pele). Esses merdosos todos de que falas, era precisamente isso que mereciam de cada vez que aparecessem onde quer que fosse.
E a raiva continua crescer-me nos dentes.
Abraço.
Manuel Vilares

Joaquim Jorge Carvalho disse...

Somos, pois, dignamente cúmplices! Abraço.