Bússola do Muito Mar

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Número de Ondas

domingo, 19 de janeiro de 2014

O mar


Dou-vos, irmãos, este poema
Chamado
O mar.
Não é, notai, exactamente o mar
Mas vem do mar
Exacto, físico, azul ou verde,
Salgado, muito vivo, fresco,
Grande e próximo.

Preciso que acreditem nisto:
o meu poema vem do mar
E é também
(Visto com olhos de ver)
Uma espécie de mar.

Não é, como sabeis, de ninguém 
O mar
De onde trouxe este poema.
Mas o poema é vosso
De cada um
Tanto como de mim 
Que vo-lo ofereço, irmãos.

Viajai nele
Até ao vosso próprio mar
E pode ser que nos encontremos
Algures
Nos caminhos plurais do sal.





Vila Real, 18 de Janeiro de 2014.
Joaquim Jorge Carvalho
[A imagem (da minha praia de Mira) foi colhida, com a devida vénia, em http://www.praia-de-mira.com.]

3 comentários:

Anónimo disse...

"Viajai nele
Até ao vosso próprio mar
E pode ser que nos encontremos
Algures
Nos caminhos plurais do sal."

Profundamente tocante!

Só sei dizer que há 5 anos que procuro o meu mar.

RGC

Joaquim Jorge Carvalho disse...

O Mar é uma ideia com marés. Tem uma espécie de princípio, mas não tem (nunca) fim. O horizonte é, no fundo, um sinónimo de andar à procura. Bj, RC!

Lys Fernanda Rodrigues disse...

Vi no mar dos teus olhos, lugar onde posso estar sem ao menos pertencer.
Vi nas lágrimas que teu mar deixou cair uma vontade minha se aprofundar.

Vi nesse mar um desejo imenso de abraçar você, uma imensidão de água onde quero, vou me afogar!