Bússola do Muito Mar

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Número de Ondas

quarta-feira, 24 de abril de 2019

Abril. 45 vezes Abril. Abril sempre!

1.
Antes de Abril, houve a Noite, e muitos dos contemporâneos dessa ausência do Sol deixaram então - por medo, por cobardia, por preguiça ou por gulosa conveniência - que tudo fosse ficando como estava.
(Sei lá se eu próprio, caso fosse adulto à época, não faria o mesmo. Sabemos lá o que faríamos todos em cada circunstância que não vivemos.)
Mas houve quem não se resignasse. Quem, com risco de perder o emprego, o sossego, a própria vida, se recusou à resignação e lutou. 
Para todos quantos combateram a Noite, aí vai a luz máxima da minha gratidão. Para todos quantos foram Capitães de Abril, incluindo os que nem sequer foram à tropa, o meu obrigado eterno.

2.
Abril significa a conquista do direito ao Sol. Quarenta e cinco anos após o luminoso dia 25, continua a haver quem não tenha Sol. Mas há agora (ainda há) a Liberdade de reclamar o direito ao Sol. O Sol, se não é ainda de todos, deveria ser de todos. 
Os direitos são importantes, por isso custa tanto conquistá-los. Mas não chega ter direitos. É igualmente importante lutar por que se eles cumpram. 
De que nos vale existir o Sol se ele não nos iluminar e nos aquecer? 
Viva, pois, o Abril que já há e o que falta cumprir!

Cabeceiras de Basto, 24 de Abril de 2019.
Joaquim Jorge Carvalho
[A imagem foi colhida, com a devida vénia, em http://www.radioregionaldocentro.com.]


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