Guardo nos meus olhos a praia, a Mãe,
A eternidade horizontal do mar
E tudo acorda quando, sonhando,
A vida verdadeira me regressa.
Ainda tenho o sal algures na boca
E o sol anos setenta no meu rosto
Ainda tenho o riso do meu Pai
E o vinho sossegado do Avô.
Acordo quando durmo, novamente
Em Mira, entre a macia mão da Mãe
E os alvores de amores inaugurais
Que eu, ao mesmo tempo, era e lia.
Vemos, todos vivos, a tele-gabriela
No café do jorge. Eis o certo instante
Em que a juvenil estrangeira, de repente,
Me dá um olhar verde como um beijo.
(Olhai que a poesia é talvez isto, os olhos
Abertos por dentro, a amável praia possível
Para sempre, Portugal campeão de hóquei,
Joaquim Agostinho explicado pelo Pai.)
Ribeira de Pena, 10 de Outubro de 2013.
Joaquim Jorge Carvalho
[A imagem foi colhida, com a devida vénia, em http://www.olhares.sapo.pt.]
quinta-feira, 10 de outubro de 2013
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