Em vitrinas de Cafés e de lojas avulsas, ali pela rua Visconde da Luz acima, vejo e admiro, em religioso silêncio, dezenas de fotos de Coimbra antiga. Sinto sempre um profundo fascínio por esses vislumbres de tempo que não me foi dado viver em directo. É muito maior, aliás, o deslumbramento neste caso, vo-lo digo, do que aquele sentido perante imaginosas histórias futuristas (na área da chamada “ficção científica”). Identifico-me misteriosamente com lapsos de luz d’outrora, gente d’antanho respirando ares que se foram, vegetação crescendo-morrendo quando ainda tinham seiva e futuro. Mundo a preto & branco, o meu.
Se eu pudesse voar num tapete calendário, quereria sempre fazer a viagem no sentido de ontem. No sentido desse lugar anterior a mim. Desse lugar que, por acidente, perdi.
Sou, ora bem, uma pessoa essencialmente antiga!
Ribeira de Pena, 01 de Janeiro de 2013.
Joaquim Jorge Carvalho
[Foto MPC]
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