O livro está à venda nas melhores livrarias e fala de um tempo-espaço compreendido entre 1968 e 1977. Por exemplo, no dia da morte do avô, um miúdo de cinco anos vê o seu pai chorando como se fosse ele próprio um miúdo da idade do filho; por esse tempo, mais tarde, conhece um jogador da Académica de Coimbra com medo da Pide e de ir para a guerra; na escola, ama e teme igualmente a professora primária, que bate nos alunos mas também os ilumina de leituras e de conhecimentos; entretanto, tem e perde um cão, nunca mais visto senão em foto a preto & branco tirada contra a luz na Praia de Mira; acontece-lhe também cruzar-se com a Liberdade, em 1974, na pessoa do herói Salgueiro Maia, e chama daí em diante fascistas aos árbitros que prejudicam o seu clube; sonha com glória nos amores e no futebol, até perceber que é tudo muito provisório; depois, espanta-se e assusta-se com a ideia da morte rondando a rua e o bairro; etc.
Aí por 2019, este miúdo apareceu a Joaquim Jorge Carvalho e pediu-lhe que o ajudasse a recuperar o Bairro e o Tempo onde ficara certa infância e certa juventude iniciática.
O Autor tentou corresponder ao pedido.
Este romance é, na verdade, um rio correndo para a nascente.
O miúdo são todos os que não se esqueceram de ter sido (e de teimosamente serem ainda) miúdos com saudades de certa pureza não bem perdida. Literatura, portanto, em forma de nós.
Coimbra, 27-12-2023.
Joaquim Jorge Carvalho
[Espero publicar, em breve, um resumo da magnífica apresentação feita pelo Daniel Abrunheiro.]
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