A minha
pobre irmã num viúvo canto, chorando em forma de novelo negro.
A minha mãe
e suas duas irmãs como silente coro, de olhar antigamente espantado.
A restante
família do meu Amigo dentro da mesma sala e da mesma Dor.
O meu
sobrinho à porta da capela, atordoado como um pássaro infante.
Amigos como
formigas, negros e avulsos, buscando migalhas da presença de quem já ausente
estava.
Eu - nós - velando
o meu Amigo.
Eu sem o
meu Amigo, como um calendário sem dias seguintes.
O cabrão do
tempo, a puta da morte.
Coimbra, 09 de Julho
de 2014.
Joaquim Jorge Carvalho
[A foto foi colocada pelo Daniel Abrunheiro no Facebook.]
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