Um idoso sobe a rua com o cão
O carteiro desce a rua e assobia
A vizinha de cima aspira o chão
Eu arrumo lentamente mais um dia
Um súbito carro faz-se à estrada
Há fila na farmácia da esquina
(Tudo menos tudo igual a nada)
Eu vou à janela da rotina
Cães ladram nas varandas; outros cães
Respondem livremente do passeio
Ao lado uivam Pais e uivam Mães
Eu sento-me à lenta mesa e leio
Passou-se a manhã como se nada
Se passasse; parece adormecida
Esta rua tão fechada em si
Agora nem há carros na estrada
Silente e suspensa está a vida
Entro no livro para sair daqui
Coimbra, 28 de Março de 2020.
Joaquim Jorge Carvalho
[A imagem foi colhida, com a devida vénia, em https://www.infoescola.com.]
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