Há
poetas, mãezinha, que me explicam
O
teu ar grisalho, a tua desesperança
O
fim da tia Rosário (e do pai, e de nós todos).
Eu,
antes de saber que havia fim, não percebera
O
ouro desses versos, a humanidade
Tão
funda e tão vizinha que há
(Que
pode haver)
Entre
a coisa lida
E
a nossa vida.
É
preciso viver, mãezita,
Para
perceber a fundo
A
escrita
O
mundo.
Joaquim Jorge Carvalho
[Este poema faz parte de um volume a que chamei Escrever sobre não estares (2010). A imagem (rosto do grande Pessoa) foi colhida, com a devida vénia, em http://www.dn.pt.]
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