Ando a reler, sem pressa, os volumes de À la recherche du temps perdu, de Proust. Estive, ainda há pouco, no quarto do narrador, cúmplice de uma certa angústia sua-minha: que fazer com o nosso tempo?
Eu não sei quantos anos me faltam nesta viagem que, por minha vontade, duraria até sempre. A vida, claro. Sei (sabei), de qualquer modo, que serão sempre anos de menos, tendo em conta os sonhos que, como estrelas na noite, me vão iluminando apetites, murmurando beijos, interrompendo neuras e cansaços.
Tenho ainda nas minhas mãos um milhão de gestos certos por fazer.
Há ainda muito tempo e muito mundo, senhor Proust, para lá do perdido.
Ribeira de Pena, 04 de Novembro de 2013.
Joaquim Jorge Carvalho
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