A minha mãe disse-me, ao telefone, que
estava cheia de medo por, hoje mesmo, fazer 75 anos. Disse-me: Já viste? São
tantos. Qualquer dia morro.
Eu respondi-lhe da única forma que um filho decente pode responder a uma mãe com a ideia da morte na cabeça:
- Escute. A mãe fica proibida de morrer.
Ela escutou-me e está, por enquanto, a obedecer-me.
Na verdade, respeita muito a minha autoridade. Toda a gente sabe que, a partir de certa altura, nos tornamos encarregados de educação dos nossos progenitores.
Disse-lhe aquilo:
- A mãe está proibida de morrer.
Espero que me percebam.
Eu respondi-lhe da única forma que um filho decente pode responder a uma mãe com a ideia da morte na cabeça:
- Escute. A mãe fica proibida de morrer.
Ela escutou-me e está, por enquanto, a obedecer-me.
Na verdade, respeita muito a minha autoridade. Toda a gente sabe que, a partir de certa altura, nos tornamos encarregados de educação dos nossos progenitores.
Disse-lhe aquilo:
- A mãe está proibida de morrer.
Espero que me percebam.
Arco, 18-03-2015.
Joaquim
Jorge Carvalho
[A imagem que acompanha este
texto é a de um cartaz anunciando a representação da obra de Brecht, Mãe Coragem. Com a devida vénia.]
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