quarta-feira, 18 de junho de 2014
Entardecer
Quem me dera ter a inocência
Das flores espalhadas pelo campo
Ignorar o fim de outras flores
E o de mim próprio
Ou entender o fim como natural
Variação da geral paisagem
Como a noite antes do dia
O dia depois da noite.
Quem me dera não sentir o fim
Assim
Fim apenas
Simplesmente cinicamente violentamente
Fim.
Quem me dera não saber que não consigo
Guardar o que me falta
Comigo.
Que me dera não sentir a falta
Do que guardar não consigo.
Quem me dera eu hoje ser mesmo
Todas as flores espalhadas pelo campo
Para sempre.
Ribeira de Pena, 18 de Junho de 2014.
Joaquim Jorge Carvalho
[A imagem é do filme História Interminável, de W. Pettersen. Com a devida vénia.]
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