sexta-feira, 12 de setembro de 2025

Teoria do Medo

 De aranhas

Conheço e desconheço o suficiente

Para não gostar delas;

Por não as conhecer bem

E por bem me conhecer

Vejo-as desde sempre como inimigas.


Na casa-de-banho, no topo 

Do canto direito (para quem entra)

No limite da parede, rente ao tecto

Avistei uma (de tamanho razoável):

Ataquei-a com um desentupidor

Pra a destruir

Mas ela voou dali

Misteriosamente

Para um recanto qualquer da divisão.

E por ali vive desde então

(Algures).

De modo que

De inimiga visível passou a invisível -

E eu nunca mais visitei a casa-de-banho

Com a tranquilidade orgânica

Do tempo anterior ao medo.


Setúbal, 02-07-2025.

Joaquim Jorge Carvalho



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