Um pássaro qualquer cantou à janela do meu quarto aí por meia hora. Acordei com essa espécie de melodia aflita e, muito depois de a ave partir para alhures, a ansiedade ficou comigo. O dia pareceu-me triste, com pouca luz, a anunciar chuva. Fiquei a pensar, entre outras mágoas, na minha frágil Mãe e em brutidades iminentes que sofro sempre por antecipação.
Há dias, ó pássaro Bernardim, que já trazem consigo a noite.
Joaquim Jorge Carvalho
Coimbra, 29 de Março de 2020.
[A imagem foi colhida, com a devida vénia, em http://www.aves.mundo.entrepatas.com.]
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