Eu amo o Verão, mas sou do Outono. A minha vida é feita sobretudo do tempo que ainda falta para o Verão. É uma vida geralmente pobre de mar. Contudo, teimosa como um rio, caminha sempre, desde sempre, para a certa foz a haver. O passado, o presente e o futuro são muito mar.
quarta-feira, 21 de dezembro de 2016
Primavera à espera
Ei-lo, o Inverno violento -
Fere-nos a fria natureza
Afoga-nos a chuva, o vento
Magoa-nos sem delicadeza.
Não podes tu senão esperar
A vinda outra vez da Primavera.
A mim, se vires quase chorar
Sabe que também estou à espera
Do Sol que nos salva do Inverno:
Vigio cada chão e cada flor
Anoto quanto vejo em meu caderno
Cada nova forma, cada cor.
E se sinto luz num beijo terno
Chamo Primavera ao meu amor.
Ribeira de Pena, 16-12-2016.
Joaquim Jorge Carvalho
[A imagem foi colhida, com a devida vénia, em http://www.visitmosca.com.]
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