Eu amo o Verão, mas sou do Outono. A minha vida é feita sobretudo do tempo que ainda falta para o Verão. É uma vida geralmente pobre de mar. Contudo, teimosa como um rio, caminha sempre, desde sempre, para a certa foz a haver. O passado, o presente e o futuro são muito mar.
quarta-feira, 8 de abril de 2015
Impressões do cemitério (com parênteses metalinguístico)
Vou com a irmã ao cemitério
Da Pedrulha.
Anda agora, penso, o meu Amigo
(marido da minha pobre irmã)
Estava tão evidentemente vivo!
Reconheço outros vivos,
Entretanto:
Assim observo a horizontal mudez
De ainda agora contemporâneos
Do que sou.
Falta-me partir
Para o meu tempo ser igual
Ao de toda a gente.
(A escrita, atenção, já tem algo de horizontal.)
Coimbra, 09 de Março de 2015.
Joaquim Jorge Carvalho
[A imagem foi colhida, com a devida vénia, em http://www.pt.wallpapers.com.]
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