Eu amo o Verão, mas sou do Outono. A minha vida é feita sobretudo do tempo que ainda falta para o Verão. É uma vida geralmente pobre de mar. Contudo, teimosa como um rio, caminha sempre, desde sempre, para a certa foz a haver. O passado, o presente e o futuro são muito mar.
quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015
Meu amor é tão mentira que
Disse Pedro, diz-se, quando se viu
Sem Inês:
Meu amor é tão mentira que ninguém te veja
Agora.
Eu nem sequer acredito que não estejas,
Sabes?
Vê como o meu olhar vai para lá
Da rua
Como assim os meus olhos sabem da tua presença
Próxima
Ainda que outros não te percebam no horizonte
Mais cercano.
Descubro-te eu bem, apesar de seres às vezes
Invisível
Porque te vejo, sabes, para além da óbvia
Realidade
Porque te sei essencialmente, amor, essencialmente,
Essencialmente
Porque recuso a mediocridade das rosas
Fáceis.
Vê tu também, amor, se me vês.
Póvoa de Varzim, 02 de Fevereiro de 2015.
Joaquim Jorge Carvalho
Sem comentários:
Enviar um comentário