Eu amo o Verão, mas sou do Outono. A minha vida é feita sobretudo do tempo que ainda falta para o Verão. É uma vida geralmente pobre de mar. Contudo, teimosa como um rio, caminha sempre, desde sempre, para a certa foz a haver. O passado, o presente e o futuro são muito mar.
quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014
Espuma dos dias
No devir dos olhares muito limpos
E da lembrança das ternuras vocais
Ficam os lábios nem sempre visíveis
Da querida presença
O abraço incumprido do desejo
Certa luz ficando ou perdendo-se
Um nome arrumado a um canto
Do tempo
Sorrisos anónimos que podiam ser
(Podiam ter sido)
Para mim.
No fundo tudo é adeus
Amor.
Adeus é uma palavra terrivelmente mortal.
Cabeceiras de Basto, 12 de Fevereiro de 2014.
Joaquim Jorge Carvalho
[A imagem lembra um romance maravilhoso de Boris Vian, L'écume des jours.]
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