Eu amo o Verão, mas sou do Outono. A minha vida é feita sobretudo do tempo que ainda falta para o Verão. É uma vida geralmente pobre de mar. Contudo, teimosa como um rio, caminha sempre, desde sempre, para a certa foz a haver. O passado, o presente e o futuro são muito mar.
sexta-feira, 7 de setembro de 2012
Café Mundo
O mundo cabe todo num Café do Arco. Eu aqui mais o que vejo, o que sonho, o que leio, o que sinto e, até, o que escrevo. O mundo todo, acreditai: barcos e mesas, cadeiras e mares, mãe e pai, infância e História, canções e silêncios, coisas ditas e coisas por dizer, aqui e Coimbra.
Atravesso a estrada, cai-me uma esferográfica, baixo-me para a recuperar. Um velho mira-me com ar trocista. Grito-lhe do outro lado da rua com o olhar: Sorri, à vontade, amigo! Sorri, meu caro conterrâneo de ocasião! Sorri! Conheces-me decerto...
Como certamente sabes, eu sou o mundo.
Arco de Baúlhe, entre reuniões, 06 de Setembro de 2012.
Joaquim Jorge Carvalho
[A imagem ("Mesa de café", óleo sobre tela de Ernst Ludwig Kirchner, 1923) foi colhida, com a devida vénia, em http://www2.uol.com.]
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