Eu amo o Verão, mas sou do Outono. A minha vida é feita sobretudo do tempo que ainda falta para o Verão. É uma vida geralmente pobre de mar. Contudo, teimosa como um rio, caminha sempre, desde sempre, para a certa foz a haver. O passado, o presente e o futuro são muito mar.
terça-feira, 17 de julho de 2012
Castelos que eram para sempre
Em menino brincava com a areia da praia
em Mira, à beira-mar, no regaço
dos olhos maternos, sob o sol
infinito daquela felicidade original.
Fazia castelos então definitivos, mãe -
E tu eras tão linda como um livro amável:
Vinhas comigo molhar os pés e rias-te
Se a tia Rosário molhasse a saia preta.
Guardei conchas daquele tempo, mãe
(Depois perdi-as). Agora lamento tudo
Sem razão nenhuma senão haver sol
Na nossa rua, mas já não o mar.
Coimbra, 17 de Julho e 2012.
Joaquim Jorge Carvalho
[A imagem foi colhida, com a devida vénia, em http://www.artexavegapraiademira.blogspot.com.]
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