quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Ricardo Reis no lugar do morto


Salva da névoa o rosto amado
Não deixes devir nada o mor de ti
Ignora o presente sem passado
Ama aonde fores o que é aqui.

Oferece ao já sonhado guarida
(o mor do mar é mais que mil marés)
Rebusca em ti o coração da vida
Encontra no que eras o que és.

Ribeira de Pena, 15 de Setembro de 2010.
Joaquim Jorge Carvalho
[O primeiro verso aconteceu-me em viagem, pelas 08h10m. O resto deu-se-me à tarde, por nesta quarta-feira não haver reuniões.]

4 comentários:

  1. Pois a questão é essa: o verso apareSer, como que já feito, servindo-se dum gajo para veículo e para placenta. Não sei. Mas acho que é isso, isso mesmo.

    ResponderEliminar
  2. Isto de não haver reuniões é só para alguns, pois outros já não podem dizer o mesmo.Com tanta reunião, estou quase doutorada!
    Gostei muito do poema.

    ResponderEliminar
  3. Para a AGM: a minha solidariedade - e uma quadra que me ocorreu sobre o assunto: "O melhor do Verão / Além da praia amada / É nunca haver reunião / Marcada." Bj. JJC

    ResponderEliminar
  4. Para o DA:
    exactamente - "apareSer"!
    (E, já agora, a poesia está sempre a ("fa)dizer-se" e muitas vezes, sem porquê, se "dizfaz". Right?

    Abraço!

    ResponderEliminar